sábado, 19 de maio de 2012

As Sete Forças da Umbanda

Na religião umbandista que é o resultado do sincretismo afro-católico-aborígene a trindade será: Tupã, Oxalá e Iemanjá. Tupã representando o pai, o Criador. Oxalá, representando o filho que se acha à direita do Pai, Cristo, e Iemanjá, a deusa do amor, a vibração de paz e alegria, a fecundidade e a continuação da vida.

Mas, além dessas entidades superiores possuíam os negros a crença nos Orixás, entidades tutelares, jamais encarnadas, apenas força e energia. Em algumas partes da África os Orixás eram chamados voduns, em outroas inquices e tatas.

Os Orixás no Brasil se sincretizam com os santos católicos apenas por acharem os africanos que certos santos católicos possuíam as qualidades de determinados Orixás. Foi o subterfúfio para evitar os ataques dos feitores e do clero. Mas os Orixás não são os santos católicos. Eles são semelhantes somente aos 7 Senhores Irradiantes da Doutrina Secreta. Não há partícula de vida que não tenha sido criada por eles. Para Santo Agostinho Deus é a causa primária das coisas e as 7 forças seriam a causa secundária. Nos cultos africanos, os Orixás não eram repesentados materialmente, isto é, não havia imagens de Orixás, nem imagem alguma era aceita na religião nagô ou gêge.

Todos nós, seres humanos, pertencemos a um determinado Orixá, do qual recebemos influência e do qual dependemos. Na Umbanda chamamos Filhos de Orixás aqueles que já se entendem como pertencentes a determinado Orixá e a Ele se consagra.

Dentre os Orixás que na África eram em número superior a 200 (segundo Edson Carneiro) temos os Orixás Menores e Orixás Menores. Muitos dos Orixás Menores desapareceram no candomblé baiano e na Umbanda, isto porque como eram de pouca importância e dependiam de outros Orixás o tempo foi se encarregando de fazê-los desaparecer. Entre estes estãoEuloia que ainda existe no Recife sincretizada com a Nossa Senhora dos Prazeres e Angôromea que no Rio nenhum umbandista conhece e que na Bahia foi e é Santa Isabel.

Muitos desses Orixás Menores nem chegaram ao Brasil, pois o negro só transferiu para o Brasil os mais significativos. Ossãe, por exemplo, só existe no candomblé, não na Umbanda; na Bahia esse Orixá é a Dona das Folhas e tem muito prestígio. Obá, esposa de Xangô também só existe no candomblé, na Umbanda esse Orixá não aparece em quase nenhuma gira.

Dentre os Orixás mais importantes temos

 

Xangô, o Rei do Oyó, que tem a potência das pedreiras, fala nas tempestades, manda nos raios e trovões e que sincretizou-se com São Jerônimo e com São João Batista. Sua louvação é Caô Cabecilê. A imagem de São João Batista ou São Jerônimo no peji (altar) de Xangô é o símbolo da influência católica na Umbanda.

 




Ogum. Orixá dos metais e dos caminhos, santo das armas embaladas, Orixá que nas lendas africanas ensinou aos homens o uso dos metais e das ferramentas e que se assemelha ao deus Vulcano na mitologia romana. Ogum se sincretizou com São Jorge no Rio de Janeiro e Santo Antônio na Bahia.


 


Oxóssi, Orixá da caça, protetor da saúde, das causas difíceis, sua morada é a macáia, isto é, o mato. No candomblé suas cores são o verde, o azul e o vermelho vivo. Na Umbanda são vermelho e verde. Okê Arô Oxóssi.


 


Omulu, o Orixá das doenças, da peste, o Senhor da Morte, o Dono dos Cemitérios. Esse Orixá sincretizou-se com São Lázaro, São Bento e São Roque, os santos católicos protetores da saúde. Nas aldeias africanas quando a peste aparecia, Omulu era invocado, sua força era bálsamo contra a epidemia e espantava a morte. Seu poder é imenso. O respeito que inspira é enorme. Sua figura tem sido mal compreendida, muitos confundem esse Orixá com o mito do demônio, porque Omulu, na África, se apresenta coberto com palha da Costa para não mostrar seu rosto marcado pela bexiga. Seu instrumento é o xaxará.Atôtô Senhor da Calunga Pequena (cemitério).


 

Oxum, Orixá dos rios e lagos, das águas doces, era na Bahia, nos candomblés uma Orixá Menina, tratada com dengo e carinho, vaidosa gostava de presentes dourados, contas e pulseiras. orixá dona de muitos axés de Salvador. No Rio de janeiro é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, sua cor é o azul claro, sua vibração é de paz e de amor. Aiêiê, Oxum.

 



Iansã, a guerreira, a que possui a força das ventanias, a que aplaca os raios e trovões, sincretizou-se com Santa Bárbara, por ser a santa a protetora nos dias de tempestade e relâmpagos. A dança de Iansã é floreada, cheia de virtuosismo e picardia. Em algumas nações de candomblé Iansã é ginantropa, assim como é andrógino Xangô, isto é, são Orixás ora macho ora fêmea. Iansã é recebida com a expressão Eparrei.



Nanã Buruque é a Orixá mais velha, com mais conhecimento, a mais respeitada de todos os orixás femininos. É da água como todos os Orixás femininos. Sant'Ana é sua imagem material. Sua dança é lenta, como quem aninha uma criança ao colo. Sua saudação é Salubá.

 Oxum-Maré é o Arco-íris e é invocada sempre com Oxum, pois estão na mesma faixa de vibração. É confundido com São Bartolomeu. Na África era orixá angrógino.

FONTE: 7 Forças da Umabanda. Maria Helena Farelli, 3º Edição. Editora Eco. Rio de Janeiro.

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