![]() |
Ponto Riscado do Sr. Exu Veludo |
A Umbanda também cultua Exu, mas não o Orixá, como já foi dito antes, o que torna a prática ritual bastante diferente do Candomblé. Na Umbanda não se manifesta o próprio Orixá e sim seus mensageiros, espíritos que vêm em terra para orientar e ajudar. Quando incorporam se caracterizam alguns com capas, cartolas, bengalas (masculinos), e saias rodadas, brincos, pulsieras, perfumes e flores (femininos, também chamados de Pombagiras). Não é necessário, contudo, que os médiuns se valham dessas vestimentas e artifícios para Exu. Cada terreiro trabalha de uma forma diferente, alguns centros uniformizam a roupa dos médiuns, nos quais todos vestem branco, por exemplo.
Encontramos aqueles que crêem que os Exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que crêem que os Exus podem também ser neutros ou maus. Mas a maioria das pessoas, e até mesmo dos médiuns e dirigentes, não têm uma ideia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre por falta de estudo da religião. Os Exus não devem, portanto, ser confundidos com os obsessores, apesar de ficar sob o seu controle e comando os espíritos atrasadíssimos na evolução e que são orientados por eles para a caridade e o trabalho do equilíbrio e do bem.
Há algumas diferenças na maneira de ver Exu no Candomblé e na Umbanda. No primeiro, Exu é como os demais Orixás, uma personalização de fenômenos naturais. O Cndomblé considera que as divindades, ou seja, os orixás incorporam nos médiuns. Na Umbanda, quem incorpora nos médiuns, além dos Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças, são os Falangeiros de Orixás, representantes deles, e não os próprios. A Umbanda vê os Exus não como deuses, mas como uma entidade que busca iluminação por meio da caridade. Em síntese o grande agente mágico de equilíbrio universal.
É preciso dizer, também, que os trabalhos malignos (os tão famosos "pactos com o diabo"), para prejudicar seriamente algo ou alguém, por exemplo, não são acordos feitos com Exus, mas com os kiumbas que agem na surdina e não estão sob orientação de algum Exu, fazendo-se passar por um deles, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda. Os Exus são confundidos com os kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, desajustados perante à Lei, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calçadas no ódio doentio.
Alguns espíritos, que usam indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um espírito atrasado. É justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro Exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando trazê-los para suas falanges que trabalham visando à própria evolução.
FONTE: Tudo o que Você Precisa Saber Sobre Umbanda. Volume I. Janaína Azevedo. São Paulo. Universo dos Livros. 2010. 144 p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário